O tema da personalidade do adicto é complexo e multifacetado, levando muitos a se perguntarem “qual a personalidade de um adicto?” e como ela influencia o desenvolvimento da dependência química.
Embora não exista um perfil único que defina todos os indivíduos que enfrentam o transtorno de adicção, existem certos padrões comportamentais e traços de personalidade que frequentemente se manifestam durante o processo de dependência.
Compreender essas características é fundamental não apenas para profissionais de saúde mental, mas também para familiares e para o próprio indivíduo em recuperação.
Esse entendimento pode contribuir significativamente para o processo terapêutico e para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de tratamento e prevenção..
Vamos explorar os aspectos psicológicos da personalidade de um adicto. Você verá como o transtorno afeta as relações interpessoais e aprenderá sobre os sinais de dependência química.
Entendendo a adicção como doença crônica
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a adicção, também conhecida como dependência química ou transtorno por uso de substâncias, como uma doença crônica e recorrente do cérebro.
Caracteriza-se por um comportamento compulsivo focado em substância ou atividade, que pode incluir drogas, álcool, jogos ou tecnologia.
Um estudo mostrou que 68% dos jovens entre 13 e 17 anos são dependentes moderados de tecnologias. Esse número revela a extensão do problema entre adolescentes.
Como a adicção afeta o funcionamento cerebral
A adicção altera o equilíbrio químico do cérebro e a produção de neurotransmissores. Isso explica por que os sintomas de vício são tão intensos.
As mudanças cerebrais podem causar alterações de humor, apetite e sono. E são esses efeitos que dificultam a recuperação do indivíduo.
As quatro etapas do desenvolvimento da adicção
O desenvolvimento da adicção é um processo que geralmente ocorre em quatro etapas distintas e progressivas:
- Fase experimental ou de contato inicial: caracterizada pelo primeiro contato com a substância, e geralmente ocorre por curiosidade ou pressão social, mas ainda não há comprometimento significativo da vida cotidiana;
- Fase de uso social/regular: o consumo torna-se mais frequente e padronizado e é onde há o inicio do desenvolvimento de tolerância;
- Fase problemática ou de risco: aumento significativo da frequência e quantidade do uso, primeiros sinais de perda de controle e surgimento de problemas sociais, familiares e profissionais;
- Fase da adicção instalada: perda total do controle sobre o uso, compulsão pelo consumo da substância e desenvolvimento de sintomas de abstinência.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas que experimentam drogas necessariamente progridem por todas estas etapas.
Fatores genéticos, ambientais, psicológicos e sociais influenciam significativamente o desenvolvimento da adicção.
Qual a personalidade de um adicto
A personalidade de um adicto é complexa. Entender essas características é o caminho para prevenção e apoio eficaz.
Traços comportamentais mais comuns
Confira alguns traços comportamentais mais comuns de adictos:
- Irritabilidade e agressividade;
- A busca pela substância se torna prioridade, superando outras responsabilidades;
- Mentiras e manipulação, prejudicando relações pessoais e profissionais.
Mudanças emocionais e psicológicas
O vício causa alterações no estado emocional. Ansiedade e depressão são comuns, assim como mudanças bruscas de humor.
Padrões de pensamento e tomada de decisão
O pensamento de um adicto é frequentemente distorcido, onde a obtenção e uso da droga se tornam o foco principal, o que leva a decisões impulsivas e prejudiciais.
Essa fixação pode resultar em isolamento social e distanciamento de atividades antes prazerosas. A prevenção ao vício é essencial para evitar padrões destrutivos.
Reconhecer sinais precoces é importante e buscar ajuda profissional pode fazer uma grande diferença, já que pessoas vulneráveis ao comportamento compulsivo precisam de apoio.
Os impactos da adicção nas relações interpessoais
A adicção afeta as relações do dependente químico, prejudicando os laços familiares e as amizades. Pessoas próximas ao adicto se sentem frustradas e impotentes.
Como o adicto se relaciona com família e amigos
O relacionamento do adicto com entes queridos muda drasticamente. Na fase de negação, o dependente afirma não ter problemas, o que gera conflitos e distanciamento.
Muitas vezes, as famílias buscam ajuda em clínicas de recuperação que aceitam convênio Bradesco, sobretudo em situações em que o adicto não reconhece a necessidade de tratamento.
Comportamentos manipulativos e suas consequências
Para manter o vício, o adicto pode mentir e furtar. Esses comportamentos abalam a confiança nos relacionamentos. A preocupação com finanças e saúde surge como consequência.
O acompanhamento especializado é vital para abordar essas questões, pois oferece suporte psicossocial necessário.
O isolamento social como sintoma
O isolamento é comum na adicção. O dependente se afasta de atividades e pessoas importantes, o que leva a conflitos interpessoais e quebra de relações próximas.
Portanto, aceitar a doença é o primeiro passo para buscar tratamento e reconstruir laços sociais.
Conclusão
A adicção é um problema crescente em nossa sociedade. O uso de drogas aumentou 23% na última década. Em 2021, 296 milhões de pessoas usavam drogas, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2023.
O tratamento e a prevenção do vício são prioridades de saúde pública. A personalidade do adicto afeta suas relações e decisões, cujo tratamento deve focar na abstinência e na reconstrução de habilidades sociais.
Portanto, investir em prevenção é o caminho para frear essa tendência. Essas ações promovem uma sociedade mais saudável e equilibrada, já que a conscientização e o apoio são essenciais na luta contra a adicção.